Devagarinho, a gente começa a sentir que algo precisa ser feito. Embora ainda não faça. Embora ainda insista em fazer ouvidos de mercador para a própria consciência. Embora às vezes ainda estresse toda a musculatura da alma, lesione a vida, enrijeça o riso, embace o brilho dos olhos, envenene os rios por onde corre o amor. Por medo da mudança, quando não dá mais para carregar tanto peso, a gente aprende a empurrá-lo, desaprendendo um pouco mais o prazer. Quase nem consegue respirar de tanto esforço, mas aguenta ou pelo menos faz de conta, algumas vezes até com estranho orgulho. Até que chega a hora em que a resistência é vencida. A gente aceita encarar o casulo. A gente deixa a natureza tecer outra história. A gente quer tecer junto. A gente permite que a borboleta aconteça.
Nascemos também para aprender a amar. Para dançar com a vida com mais leveza. Para, presentes, curar passados e perfumar futuros. Para criar mais espaço de bem-estar dentro da gente. Para ser mais felizes e bondosos. Para respirar mais macio. Podemos ainda subestimar a nossa coragem para assumir esse aprendizado e acolher, passo a passo, no nosso ritmo, essa experiência. Podemos nos acostumar a olhar o peso e o aperto, nossos e alheios, tanto sofrimento por metro quadrado, como coisa que não pode nunca ser transformada. Podemos sentir um medo imenso e passar longas temporadas quase paralisados de tanto susto. Podemos esgotar vários calendários sem dar a menor importância para o material didático que, aqui e ali, a vida nos oferece. Podemos ignorar as lições do livro-texto que é o tempo e guardar, bem escondido da nossa prática, esse caderno de exercícios que é o nosso relacionamento com nós mesmos e com os outros. Apesar disso tudo, a nossa semente, desde sempre, já inclui as asas. Já vislumbra o voo. Já sorri pro riso. Já é feita para um dia fazer florir o amor que abriga. Mais cedo ou mais tarde, floresce. É o propósito dela.
Ana Jácomo
7 comentários:
Mazinha..amei o texto..
te amu..um beijo...
A vida e assim mesmo, estamos aqui como eternos aprendizes e de acordo com o que aprendemos, podemos mudar o rumo dos nosso caminhos é só ter fe e perseverança...O destino pode estar escrito, mas nos somos os escritores, os poetas e com nossa pena e tinta, escrevemos cada capitulo ate um dia, com a vontade de DEUS, chegamos ao fim da historia, mas esse final quem decide é ele...Bjin e fique bem!
Voa livre, borboleta... voa!
Beijos.
Voando leve, livre e feliz!!!
Beijinhos!
Uma delicadeza de ver a vida e os seus sonhos. Um abraço, Yayá.
It's BEAUTIFUL....Marcia you have a lot of nice work on your blog.
greetings, Joop
LINDO POEMA MINHA QUERIDA AMIGA
PARABENS TENHO ME REPETIDO SEMPRE SEUS POEMAS SÃO LINDOS ADORO VIR AQUI
DESEJO A VOCE UMA LINDA SEMANA UM ÓTIMO FERIADO COM CARINHO MARLENE
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